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Blog da Arco Informática

28 de Outubro de 2015 - 08h42

Google deixa serviço de busca com a Inteligência Artificial

Google: “uma grande parte” das milhares de perguntas que as pessoas digitam no motor de busca da companhia por segundo foram interpretadas por um sistema de inteligência artificial

Reprodução
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Quando a empresa controladora da Google, a Alphabet Inc., informou lucros surpreendentes na semana passada, seus executivos não paravam de elogiar os investimentos que a companhia fez em aprendizagem automática e em inteligência artificial.

Para qualquer outra companhia, essa seria uma distração confusa em relação ao negócio principal. Na Google, essas duas tecnologias estão entrelaçadas. A inteligência artificial fica no extremo oposto da aprendizagem automática que implica a criação de software capaz de aprender sobre o mundo. A Google tem sido uma das maiores empresas patrocinadoras da IA e investiu pesado nela para vídeos, discursos, tradução e, recentemente, pesquisas.

Nos últimos meses, “uma grande parte” das milhares de perguntas que as pessoas digitam no motor de busca da companhia por segundo foram interpretadas por um sistema de inteligência artificial, apelidado de RankBrain, disse Greg Corrado, cientista sênior de pesquisa da empresa, que delineou pela primeira vez o papel da IA que está surgindo nas pesquisas.

O RankBrain utiliza inteligência artificial para integrar grandes quantidades de linguagem escrita a entidades matemáticas – chamadas vetores – que o computador é capaz de entender. Se o RankBrain vê uma palavra ou frase que ele desconhece, a máquina pode tentar adivinhar quais palavras ou frases poderiam ter um significado semelhante e filtrar os resultados, o que aumenta sua eficiência ao lidar com consultas nunca vistas anteriormente.

Perguntas únicas

O sistema ajuda a Google, com sede em Mountain View, na Califórnia, a lidar com os 15 por cento de perguntas que recebe por dia que são completamente novas para o sistema, disse ele. Por exemplo, ele está apto para lidar com perguntas ambíguas, como “Qual é o título do consumidor no nível mais alto da cadeia alimentar?”. E o uso que o RankBrain faz da IA significa que ele funciona de um modo distinto das outras tecnologias do motor de busca.

O RankBrain é uma das “centenas” de sinais que entram em um algoritmo que determina quais resultados aparecerão em uma página de busca e em que ordem, disse Corrado. Nos poucos meses desde que foi implementado, o RankBrain se tornou o terceiro sinal mais importante para conformar o resultado de cada consulta, disse ele.

A decisão de acrescentar o RankBrain à pesquisa é parte de uma campanha de IA que a Google vem empreendendo há cinco anos, pois a companhia quer incorporar essa tecnologia a todos os aspectos de seus negócios.

“A aprendizagem automática é um meio essencial e transformador em que estamos nos baseando para repensar tudo o que fazemos”, disse o CEO da Google, Sundar Pichai, na conferência de lucros da empresa, na semana passada.

Expectativa

Até agora, o RankBrain está fazendo jus às expectativas. Pediu-se que os engenheiros de pesquisa da Google, que se dedicam a criar os algoritmos que sustentam o software de busca, analisassem algumas páginas e adivinhassem qual tecnologia do motor de busca do Google teria a melhor classificação. Os seres humanos acertaram 70 por cento das vezes, mas o RankBrain obteve uma taxa de sucesso de 80 por cento.

Os usuários comuns da Google concordam. Em experimentos, a companhia descobriu que desativar esse recurso “seria tão prejudicial para os usuários quanto se esquecer de ativar metade das páginas do Wikipedia”, disse Corrado.

A decisão da Google de implementar IA nas pesquisas mostra que as companhias estão começando a confiar seus negócios mais valiosos a sistemas parcialmente controlados por máquinas inteligentes. A Facebook Inc. usa técnicas de IA para filtrar o feed de notícias que compõe a página inicial personalizada da rede social e a Microsoft Corp. está usando inteligência artificial para aumentar as capacidades de seu motor de pesquisa, Bing. A Microsoft não quis especificar se está usando uma abordagem semelhante à da Google.

“A pesquisa é a base do Google”, disse Corrado. “A aprendizagem automática não é simplesmente uma poção mágica que você despeja em um problema e ele se resolve. Foram necessários muitos estudos e cuidado para construir algo que realmente achamos que valia a pena fazer”.
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